sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Economia da felicidade: vistos Gold e cadáveres em saldos

Não tem fábrica de bondade, não vi, nunca não posso crer. Mas tem falta de condições para bondade ser o que tem dentro dela. Condições é aquilo que não falta na floração, boa terra, estrume, sol e chuva, etc., na natureza assim, na humanidade semelhantemente, a floração do humano tem sua condições, a primavera dos seres necessita de todo esse bom tempo da democracia capaz de parir igualdades e afirmar diferença, as políticas da diferença são as da igualdade na diferença. Tem cientista, tem doutor, tem doutora, tem avião que voa a sol, tem que brilho do peito do sapato na ponte não sofra salpico, tem legume azul em laboratório, tem genético de tirar mais de um pinto, até três e quatro, de um ovo que vive de pinto solitário, difícil mais que Colombo pôs: endireitar onde se sabe que vai que cai é circo, aprende-se, fazer dupla de gémeos onde só cabe um com bico, mais que um futuro é mesmo ELE. Tem gente até capaz descobrir água em Marte para afundar brócolos californianos de um dia calharem nas mãos que o colham e tem porventuramente operários de lá fazer WC’S astronáuticos para papel que d’esconheceu o sujo porco original, papel de escrever intestinamente letra grossa e até tem, ninguém sabe se, lá no mesmo em Marte, fábrica de cachorro que ladre quente na mostarda se for Dijon – Dijon é França e pode vir a ser a Martinica francófoda de Marte. Tem Senhora de Fátima chinesa, não quebra nem a camartelo: milagre. Tem tudo esse pUgresso que grassou daninho d’erva pura na duna e no beco, no silêncio e na espalhafato dos emaranhados fio eléctrico suburbano com ruído de electrocução sobre os pobre seus ouvidos de, até sobre a secular termiteira de estatura pirâmide humana tem progresso turístico, no meio da seca e tem até como imaginar o dito pUgresso na profundidade dos gelos lá mesmo onde não tem onda e não chega o termómetro que tem medo de congelar e calar. A vida desse progresso tem tudo do melhor no globo, principalmente nas parte do globo que de ouro, mas mesmo nas suas zonas desensolaradas de sorte há globos para dourados, oásis de luxo no meio da lixeiragente que parece não ofende Deus. Porque então pUgresso mente a vida da gente? ELA está pior, aquela que vai mal, movida a dias, nas pernas, na língua e no céu dos dente, vai mal como uma dor funda como osso que nada tem agarrado. Há mais de comer e há mais fome, quem é de negar? Há mais casa e família abrigada em cartão de frigorífico arranha-céu. Quem diz que não? Há menos fronteira – diz-se no jornal de referência e no jornal de porcaria colorida com sensação - mas há mais gente a morrer em alfândega de golfinhos. Quantos afogados por pão são pasto de peixe voraz – golfinho não, esse fala e dá cabeçada semântica. Quem é capaz de responder? O Mediterrâneo tem vaso grego, subtileza micénica, História de H e agora o seu mar de belezas íntimas da civilização é de corpos de boiar, terra firme tremendo barrigas inchadas, corpos comidos de sal virados para o criador enquanto o tempo os não sepulta no sempre onde nem luz pode luzir, nem tem arqueodocumento por ler, no mais escuro da História, esse escuro breu galáctico que nem a soma dos buracos negros das galáxias. Nomes, quem sabe? Os cadáveres têm nome? Quem é capaz de chamar o cadáver para a mesa? Estes cadáveres sem nome viveram para ser afogados: nem de nadar tinham o ensino se nadar fosse um alfabeto praticável no infinito das vagas. Até pescadores que fogem do peixe que não tem não nadam nada. São pecadores? Não, quem não tem não é. No que é Ocidente é o contrário só quem deve tem é gente – devo, logo existo, ou, existo, logo devo, assim baptiza a Tróika o cidadacionável. Claro há muito quem deve que teme e há muita corda para enrolar nos pescoço. Nos países dos bancos quem deve é candidato a gente para pagar com o documento da dívida que galga pontualmente as portas quando a crise da crise entala mais dentro, aí essa corda de suicídios massivos e mais os danos colaterais enchem os becos e os caixotes ajanelados em abundância de sangues.A crise é a grande fábrica sistemática e a sua produtividade sempre cresce com os lucros dos únicos que não devem, os que emprestam cada vez mais caro. São accionistas planetários, só não vê isso quem no seu metro quadrado só vê a mão na ponta do braço. Gente, mesmo gente, tem VISTOS GOLD, hectares de mar que não foi feito de dólares, sem lágrimas – oh mar salgado quanto do teu sal são imigrantes subsarianos? Não compreendo esse pUgresso que está sempre a pUgredir no sentido inverso do outro que despUgressa. Esseste monstro paradoxal está parangonado em quadricromia nas manchetes e em vermelho líquido nas realidades.  Os montes amontoados de sub-humanos um dia vão florir das mãos dizem poetas, abrir riachos das bocas, falar de silêncios nos olhos em sol espantado, fazer campos charruados de umbigos unidos nas geografias vastas, árvores a crescer dos dentes, até vértices de luz em topos de pirâmides corporais - maldade genocida renascida vida? Esse puta de filho desse dia melhor nunca vem vindo mesmo quando parece vir.É tudo no mundo mais diverso que o vendido, esse diverso aí é o do marketing no tal mercado global onde só s’entra como em espaço reservado o direito de admissão: tem muitas alfândegas nele, nele se vendem as forcas que os enforcados se compram. Só miséria não tem maneira de lhe marketing, só juntar força numa só força de tronco grande a direito e melhorar, ter água potável, vacina de boa vacina, tijolo de tijolo, chão sem buraco, escola com sombra, livro, lápis, papel dos dois lados, machamba com gota a gota tecnológico de ciência de cabaça, mandioca e amendoim, peixe-serra até. Tudo desaparece: o peixe levado por gigante que fabrica peixe de lata tirado do mar que os antepassados legaram, esse mar é nosso de todos, mare nostrum, naquele latim chegado ao macua msiro, ao balanta crioulado, ao berimbau umbundo. Então? Que fazer? Até houve um russo que escreveu esse livro, não é Leninha é Lenine. Falta uma invenção: fazer uma fábrica de produzir gente boa sem certificação – certificação dá logo negócio de cabrito comer onde está amarrado, dinheiro debaixo da mesa. Essa fábrica podia estudar a sua génese na Comuna de Paris, em 1917, naquela Rússia que assaltou o Palácio de Inverno, que durou esses poucos começos de anos vinte, na Espanha de 36, na Sierra Maestra, em 68, em Paris e muitos outros, nesses começos que depois descomeçaram em burocráticas construções piramidais de mandos e posses centrais e centrais locais, planos quinquenais de grandes congressos de fantochada, com toda a certeza democráticos e sempre bem fotografados segundo as circunstâncias com lá dentro quem deve estar para fazer bem o futuro encomendado.Temos que seguir o saber do homem grande: não ter expectativa que medíocre pode virar excelente, nem bom sequer. O que não se vê e for bom existe se o que se vê e for bom se multiplicar nas mãos dos muitos, quase todos. A nada leva o clichê da mecânica burra, nem a sobranceria do poder de poder ser aquele que está mais em cima sempre a mandar que em baixo piore. Posição de missionário até pode ser de missionária, há muita forma de rimar com a vida.De pau torto nunca se verá nascer uma linha direita.      
Benjamim Ma Tola Saguate

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